sexta-feira, 31 de agosto de 2012

31/08- Os Termos da Oração de Vinicius de Moraes

Amigos, eu sei que é muito mais legal quando a gente fala com vocês, né? Espero que vocês possam, pelo menos, imaginar a nossa voz enquanto estão lendo esse post! hahaha Podem começar com a voz da Camila. Ela que falou do nosso lindo, Vinicius de Moraes:

Vinicius de Moraes: Dele disse Carlos Drummond de Andrade: "Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão. Quer dizer, da poesia em estado natural".  "Eu queria ter sido Vinicius de Moraes". Otto Lara Resende assim o definiu: "Manuel Bandeira viveu e morreu com as raízes enterradas no Recife. João Cabral continua ligado à cana-de-açúcar. Drummond nunca deixou de ser mineiro. Vinicius é um poeta em paz com a sua cidade, o Rio. É o único poeta carioca". Mas ele dizia nada mais ser que "um labirinto em busca de uma saída". 

O que torna Vinicius um grande poeta é a percepção do lado obscuro do homem. E a coragem de enfrentá-lo. Parte, desde o princípio, dos temas fundamentais: o mistério, a paixão e a morte. Quando deixa a poesia em segundo plano para se tornar show-man da MPB, para viver nove casamentos, para atravessar a vida viajando, Vinicius está exercendo, mais que nunca, o poder que Drummond descreve, sem conseguir dissimular sua imensa inveja: "Foi o único de nós que teve a vida de poeta".

Marcus Vinitius da Cruz e Mello Moraes aos nove anos de idade parece que pressente o poeta: vai, com a irmã Lygia ao cartório na Rua São José, centro do Rio, e altera seu nome para Vinicius de Moraes. Nascido em 19-10-1913, na Rua Lopes Quintas, 114 — bairro da Gávea, na Cidade Maravilhosa, desde cedo demonstra seu pendor para a poesia. Criado por sua mãe, Lydia Cruz de Moraes, que, dentre outras qualidades, era exímia pianista, e ao lado do pai, Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta bissexto, Vinicius cresce morando em diversos bairros do Rio, infância e juventude depois contadas em seus versos, que refletiam o pensamento da geração de 1940 em diante. (...)

Marcus Vinitius da Cruz e Mello Moraes aos nove anos de idade parece que pressente o poeta: vai, com a irmã Lygia ao cartório na Rua São José, centro do Rio, e altera seu nome para Vinicius de Moraes. Nascido em 19-10-1913, na Rua Lopes Quintas, 114 — bairro da Gávea, na Cidade Maravilhosa, desde cedo demonstra seu pendor para a poesia. Criado por sua mãe, Lydia Cruz de Moraes, que, dentre outras qualidades, era exímia pianista, e ao lado do pai, Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta bissexto, Vinicius cresce morando em diversos bairros do Rio, infância e juventude depois contadas em seus versos, que refletiam o pensamento da geração de 1940 em diante. (...)

No ano de 1946, assume seu primeiro posto diplomático: vice-consul do Brasil em Los Angeles, Califórnia (USA). Ali permanece por quase cinco anos, sem retornar ao seu país. Publica, em edição de luxo, com ilustrações de Carlos Leão, seu livro, Poemas, sonetos e baladas.

Em 1979, participa de leitura de poemas no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo (SP), a convite do líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva. Voltando de viagem à Europa, sofre um derrame cerebral no avião. Perdem-se, na ocasião, os originais de Roteiro lírico e sentimental da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.No dia 17 de abril de 1980, é operado para a instalação de um dreno cerebral. Morre, na manhã de 09 de julho, de edema pulmonar, em sua casa na Gávea, em companhia de Toquinho e de sua última mulher. Extraviam-se os originais de seu livro O deve e o haver.Lançado postumamente, no  Livro de Letras, publicado em 1991, estão mais de 300 letras de músicas de autoria de Vinícius, com melodias suas e de um sem número de compositores, ou parceirinhos, como carinhosamente os chamava.

Em 1992, é lançado um livro que hibernou anos junto ao poeta: Roteiro Lírico e Sentimental da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde Nasceu, Vive em Trânsito e Morre de Amor o Poeta Vinicius de Moraes.No ano seguinte, uma coletânea de poesias é publicada no livro As Coisas do Alto - Poemas de Formação, mostrando a processo de formação do poeta, que é uma descida do topo metafísico à solidez do cotidiano.

Em 1996, é lançado livro de bolso com o título Soneto de Fidelidade e outros poemas, a preços populares. Essa publicação fica diversas semanas na lista dos mais vendidos, o que vem mostrar que mesmo após 16 anos de seu desaparecimento, sua poesia continuava viva entre nós.

Fonte: http://www.releituras.com/viniciusm_bio.asp


Os Termos da Oração - agora imaginem a voz da Dama:

Temos essenciais
Sujeito
É o termo da oração do qual se declara alguma coisa.
Exemplo: No céu, um sol claro anuncia o verão.
Características do Sujeito:
I. Pode ser identificado através da pergunta "quem é que"... (ou "que é que"...), feitaantes do verbo da oração
Que(m) é que + verbo? __ Resposta=sujeito
II. É substituível por ele(s), ela(s)
III. O verbo concorda com o sujeito.

Classificação do sujeito:
I. Simples: tem um único núcleo.
Exemplo: O velho navio aproximava-se do cais.

II. Composto: tem dois ou mais núcleos
Exemplo: As ruas e as praças estão vazias.III. Oculto, elíptico ou desinencial: o sujeito pode ser identificado pela desinência do verbo ou pelo contexto em que aparece.
Exemplo: Voltarás para casa (sujeito: tu)

IV. Indeterminado: Quando não é possível determinar o sujeito. Com verbos na 3ª pessoa do plural sem referência a elemento anterior.
Exemplo: Atualmente, espalham muitos boatos.
Com verbo na 3ª pessoa do singular + se (em orações que não admitem a voz passiva analítica)
Exemplo: Precisou-se de novos professores.


Orações sem sujeito:
I. Verbo haver significando existir, acontecer e indicando tempo passado.
Exemplos:
Aqui já houve grandes festas.
Amanhã faz dez anos que ele partiu.
II. Verbo ser indicando tempo, horas, datas e distâncias.Exemplo: Agora são cinco e doze da tarde.
III. Verbos indicativos de fenômenos da natureza.
Exemplo: Ontem à tarde, ventou muito aqui.


Predicativo
É tudo que se diz do sujeito. (Retirando o sujeito, o que fica na oração é o Predicado.)


Predicado verbal:
Apresenta verbos sem ligação.
Apresenta predicativo (só do sujeito).
O núcleo é predicativo.
Exemplo: Eles estavam furiosos.


Predicado verbo-nominal:
Apresenta verbo significativo
Apresenta predicativo (do sujeito ou de objeto)
Dois núcleos: o verbo e o predicativo.
Exemplos:
Eles invadiram furiosos a loja.Todos consideram ruim o filme.


Verbo significativo
Expressa uma ação, ou um acontecimento.Exemplo:
"O sol nasce pra todos, todo dia de manhã..." (Humbeto Gessinger)
"Enquanto a vida vai e vem, você procura achar alguém.." (Renato Russo)


Temos relacionados ao verbo
I. Objeto direto:
a) Funciona como destinatário/receptor do processo verbal.
b) Completa o sentido do verbo transitivo direto
c) Pode ser trocado por o, as, os, as.
d) 
A oração admite voz passiva.
Exemplo: Muitas pessoas viram o acidente


II. Objeto indireto:
a) Funciona como destinatário/receptor do processo verbal.
b) Completa o sentido do verbo transitivo direto.
c) Apresenta-se sempre com preposição
d) A oração não admite voz passiva.
Exemplo: Todos discordam de você.


III. Agente da passiva:
a) Pratica a ação verbal na voz passiva.
b) Corresponde ao sujeito da voz ativa.
c) Iniciado por preposição: por, pelo ou de.Exemplo: O deputado foi vaiado pelos sem terra.


IV. Adjunto adverbial:
a) Acrescenta ao verbo cirscunstâncias de tempo, lugar, modo, dúvida, causa, intensidade.
Termos Relacionados a nomes


I. Adjunto adnominal:
a) Determina, qualifica ou caracteriza o nome a que se refere.
b) Pode se referir a qualquer termo da oração (sujeito, objeto, etc.)
Exemplo: As três árvores pequenas secaram.


II. Predicativo:
a) Exprime uma característica/qualidade atribuída ao sujeito ou ao objeto.
b) Liga-se ao sujeito ou ao objeto através de verbo de ligação (claro ou subtendido)
Exemplo:
Toda a cidade estava silenciosa.
Elegeram José representante de turma.


III. Complemento nominal:
a) Completa o sentido de nomes (substantivos abstratos, advérbios) de sentido incompleto.
b) Sempre com repetição.
Exemplo: Ninguém ficou preocupado com ele.


IV. Aposto:
a) Detalha, caracteriza melhor, explica ou resume o nome a que se refere.
Exemplo: O Flamengo, time carioca, ganhou ontem.


V. Vocativo:
a) Usado para "chamar" o ser com quem se fala.
b) Na escrita, vem sempre isolado por vírgula(s)
Exemplo: Era a primeira vez, meu amigo, que eu a encontrava.




Um beijo, meus queridos! E vamos estudar, que ali vem o vestibular (e os concursos e as provas
finais e todo o resto)...
Tarci


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

24/08- Drummond, a Crase e o Modernismo

Olá, amigos!! Voltamos!! Voltamos!! Depois da loucura que foi a volta da greve, conseguimos nos organizar! Vamos começar com o resumão do dia 24/08, pois não temos tempo a perder!! 

A crase: claro que fica muito mais legal com a Natália explicando, mas... 

Crase é a fusão de duas vogais idênticas. Representa-se graficamente a crase pelo acento graveOcorrerá a crase sempre que houver um termo que exija a preposição e outro termo que aceite o artigo a. Fomos à piscina à artigo e preposição. Para termos certeza de que o "a" aparece repetido, basta utilizarmos alguns artifícios:


I. Substituir a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se aparecer aoou aos diante de palavras masculinas, é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Temos amor à arte.
(Temos amor ao estudo)
Respondi às perguntas.
(Respondi aos questionário)

II. Substituir o "a" por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase:
Exemplos:
Contarei uma estória a você.
(Contarei uma estória para você.)
Fui à Holanda(Fui para a Holanda)

3. Substituir o verbo "ir" pelo verbo pelo verbo "voltar". Se aparecer a expressão voltar da,é porque ocorre a crase.
Exemplos:
Iremos a Curitiba.
(Voltaremos de Curitiba)
Iremos à Bahia
(Voltaremos da Bahia)

Não ocorre a Crase
a) antes de verbo
Voltamos contemplar a lua.
b) antes de palavras masculinas
Gosto muito de andar pé.
Passeamos 
cavalo.
c) antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita e dona:Dirigiu-se V.Sa. com aspereza
Dirigiu-se 
à Sra. com aspereza.
d) antes de pronomes em geral:Não vou a qualquer parte.
Fiz alusão 
a esta aluna.
e) em expressões formadas por palavras repetidas:
Estamos frente a frente
Estamos cara a cara.

f) quando o "a" vem antes de uma palavra no plural:
Não falo pessoas estranhas.
Restrição ao crédito causa o temor 
a empresários.

Crase facultativa
1. Antes de nome próprio feminino:
Refiro-me à (a) Julinana.
2. Antes de pronome possessivo feminino:
Dirija-se à (a) sua fazenda.
3. Depois da preposição até:
Dirija-se até à (a) porta.

Casos particulares
1. Casa
Quando a palavra casa é empregada no sentido de lar e não vem determinada por nenhum adjunto adnominal, não ocorre a crase.
Exemplos:
Regressaram a casa para almoçar
Regressaram à casa de seus pais

2. Terra
Quando a palavra terra for utilizada para designar chão firme, não ocorre crase.
Exemplos:
Regressaram a terra depois de muitos dias.
Regressaram à terra natal.

3. Pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aqueles, aquilo.
Se o tempo que antecede um desse pronomes demonstrativos reger a preposição a, vai ocorrer a crase.
Exemplos:
Está é a nação que me refiro.
(Este é o país a que me refiro.)
Esta é a nação 
à qual me refiro.
(Este é o país ao qual me refiro.)
Estas são as finalidades 
às quais se destina o projeto.
(Estes são os objetivos aos quais se destino o projeto.)
Houve um sugestão anterior 
à que você deu.
(Houve um palpite anterior ao que você me deu.)


Ocorre também a crase
a) Na indicação do número de horas:
Chegamos às nove horas.
b) Na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta:
Usam sapatos à (moda de) Luís XV.
c) Nas expressões adverbiais femininas, exceto às de instrumento:
Chegou à tarde (tempo).
Falou 
à vontade (modo).
d) Nas locuções conjuntivas e prepositivas; à medida que, à força de...
OBSERVAÇÕES: Lembre-se que:
Há - indica tempo passado.
Moramos aqui há seis anos
A - indica tempo futuro e distância.
Daqui dois meses, irei à fazenda.
Moro 
três quarteirões da escola.

fonte: http://www.algosobre.com.br/gramatica/crase.html



Modernismo (Segunda Geração) - Claro que é mais legal com  a Kátia explicando... mas...


Contexto
A historiografia literária convencionou como marco inicial da segunda fase do Modernismo o ano de 1930, quando Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987) publicou Alguma Poesia, e como marco final a data de 1945, quando foi lançado O Engenheiro, de Haroldo de Campos (1929 - 2003). O contexto político, econômico e social desse período é conturbado. O mundo ainda sofria a depressão econômica causada pela quebra da bolsa de Nova York, em 1929, que agravou os problemas sociais de inúmeros países e intensificou o crescimento e a organização de forças de esquerda. Os partidos socialistas e comunistas entravam em choque com Estados cada vez mais autoritários e nacionalistas, como a Alemanha, a Itália, a Espanha e Portugal. O nazifascismo avançou, expandindo-se pela Europa até a deflagração da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a mais violenta e tecnológica das guerras até então, que terminou com as explosões atômicas em Hiroshima e Nagasáqui. No Brasil, em 1930 Getúlio Vargas subiu ao poder, iniciando um período que ficaria conhecido como a "era Vargas" e que compreende a ditadura do Estado Novo, de 1937 a 1945. Em seu governo, houve uma série de medidas que centralizaram o poder, entre elas a dissolvição do Congresso Nacional e dos legislativos estaduais e municipais. Assim como ocorreu em grande parte dos países do Ocidente, no Brasil também a esquerda cresceu e se organizou. Em 1935, eclodiu uma tentativa de revolução articulada pela ANL - Aliança Nacional Libertadora, formada pelos grupos de esquerda, que foi reprimida pelo governo. Houve crescimento também de organizações afinadas com a ideologia fascista, principalmente a Ação Integralista Brasileira, fundada por Plínio Salgado - que também era líder do grupo modernista Verde-Amarelo. Em 1937, com o apoio dos grupos integralistas, Vargas iniciou a ditadura do Estado Novo, que se caracterizou pelo espírito antidemocrático, a repressão ao comunismo, o nacionalismo conservador e o populismo. Durante a era Vargas, a burguesia industrial se fortaleceu e passou a ocupar posições de mando, enquanto o poder das oligarquias agrárias declinava. A classe média e o operariado cresceram e tornaram-se cada vez mais participantes da vida política; são dessa fase conquistas como o salário mínimo, os sindicatos, a legislação trabalhista. O fluxo de imigrantes diminuiu e as migrações internas aumentaram, principalmente a partir de 1933, com a expansão da industrialização no Centro-Sul. A população brasileira chegou a 41,1 milhões de habitantes em 1940, dos quais 56,2% eram analfabetos. O governo procurou combater o analfabetismo, através do Ministério da Educação e Saúde, e uma série de reformas modificou a estrutura do ensino primário e implantou o ensino secundário. Em 1934 foi inaugurada a Universidade de São Paulo (USP), a primeira do Brasil, e em 1935, a Universidade do Distrito Federal. Os estudos universitários passariam a influenciar e redefinir a pesquisa e a crítica literária. O sistema literário foi afetado pela instabilidade política, pelas medidas antidemocráticas e repressoras da era Vargas, mas também se beneficiou da atmosfera de intenso debate sobre a realidade brasileira. Para Antonio Candido, o período foi de "acentuada politização dos intelectuais, devido à presença das ideologias que atuavam na Europa e influíam em todo o mundo, sobretudo o comunismo e o fascismo. A isso se liga a intensificação e a renovação dos estudos sobre o Brasil, cujo passado foi revisto à luz de novas posições técnicas, com desenvolvimento de investigações sobre o negro, as populações rurais, a imigração e o contato de culturas, - graças à aplicação das modernas correntes de sociologia e antropologia, graças também ao marxismo e à filosofia da cultura (...)".

Na década de 1930 houve uma significativa irrupção de novos e brilhantes romancistas, com destaque para a ficção regionalista nordestina de autores como Graciliano Ramos (1892 - 1953), Jorge Amado, José Lins do Rego (1901 - 1957) e Rachel de Queiroz (1910 - 2003). Foi também uma época de desenvolvimento da indústria do livro, principalmente com o advento da Segunda Guerra e a conseqüente dificuldade de importações. Surgiram importantes editoras, como a de José Olympio (1902 - 1990), que publicou os romancistas inovadores do Nordeste. Entre 1936 e 1944, o número de editoras brasileiras cresceu 50% e, por volta de 1950, o Brasil chegou a produzir 4 mil títulos e cerca de 20 milhões de exemplares por ano. Mas a censura e a propaganda do governo estavam sempre presentes na indústria editorial, na imprensa, no rádio e mesmo no material didático, principalmente com a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, criado com o Estado Novo. Apesar do autoritarismo e da repressão, porém, foram tempos de consagração da cultura popular, com a popularização do samba e do carnaval, a difusão do rádio e o sucesso de suas estrelas.
A crônica, revitalizada por escritores de grande expressividade, também viveu período de grande consagração junto ao público. Modernistas da primeira fase, como Mário de Andrade (1893 - 1945) e Oswald de Andrade (1890 - 1954), continuavam ativos e conviviam na imprensa com os autores da nova geração, como Rachel de Queiroz eOswald de Andrade (1890 - 1954). Nas páginas do jornal carioca Diário da Tarde surgiu aquele que é considerado o maior cronista brasileiro, Rubem Braga (1913 - 1990), prosador que atravessou as próximas cinco décadas retratando o Brasil com sensibilidade aguçadíssima.

Estilo - características gerais
A segunda fase do Modernismo foi caracterizada, no campo da poesia, pelo amadurecimento e pela ampliação das conquistas dos primeiros modernistas. Como afirmou a crítica Luciana Stegagno Picchio, "fechada a fase polêmica e destrutiva, eliminando o excesso de Brasil da página literária, exauridos os jogos primitivistas e antropofágicos, a poesia brasileira, sólida nas suas conquistas técnicas, na sua liberdade construtiva, pode começar a sua segunda aventura modernista". Assim, nos anos de 1930 a 1945 a poesia modernista se consolida e alarga seus horizontes temáticos.

No plano formal, o verso livre continuou sendo profusamente adotado, mas os poetas do período tinham liberdade para escolher formas como o soneto ou o madrigal, sem que isso significasse uma volta a estéticas do passado, como o Parnasianismo. A ruptura já havia sido feita, e era possível dilatar o campo de experimentações poéticas pesquisando formas, utilizando técnicas de outras escolas e épocas, reelaborando-as e conferindo a elas novos sentidos. É o caso de Louvação da Tarde, de Mário de Andrade, poema composto, segundo Antonio Candido, "em decassílabos brancos de grande beleza, ordenados numa meditação de nítido corte pré-romântico transposta para o estilo colonial." O verso livre modernista, para Antonio Candido e José Aderaldo Castello, correspondeu a uma "alteração profunda da música contemporânea, ao impressionismo musical, ao atonalismo, ao uso sistemático da dissonância, à divulgação do jazz, à dodecafonia". Como sempre ocorre, a poesia estava em sintonia com as outras artes e mesmo com as outras esferas da cultura; desse modo, vários autores dessa fase, que estavam em contato com as propostas inovadoras do Surrealismo e da psicanálise, foram fortemente influenciados por princípios como a pesquisa do inconsciente e a livre associação de idéias, que passaram a utilizar na produção poética. No poema O Pastor Pianista, de Murilo Mendes (1901 - 1975), podem ser observadas essas influências, que contribuem para a fusão de elementos reais e imaginários e a criação de uma atmosfera de sonho.
No plano temático, a abordagem do cotidiano continua sendo explorada, mas os poetas se voltam também para problemas sociais e históricos, além de manifestarem inquietações existenciais e religiosas que ampliam as proposições da fase anterior. O registro dos fatos do cotidiano, muitas vezes próximos (ou aparentemente próximos) da banalidade, era algo de extremamente moderno, já que as normas tradicionais da poesia sempre haviam prescrito a seleção dos temas poéticos. Praticamente todos os grandes poetas do período, tanto os da primeira fase, como Mário de Andrade e Manuel Bandeira (1886 - 1968), como os da segunda, como Carlos Drummond de Andrade, ocuparam-se em tematizar momentos do dia-a-dia, configurando uma verdadeira predileção, como afirmaram Candido e Castello, "pelo que se poderia chamar de "momento poético", isto é, a "notação rápida de um instante emocional ou de um aspecto do mundo".
Houve ainda a retomada de elementos simbolistas, principalmente pelo grupo de poetas que se agrupou em torno da revista carioca Festa, entre os quais Cecília Meireles (1901 - 1964). O alargamento do campo temático ocorreu pela abrangência de novos enfoques, que iam de aspectos sociais a inquietações religiosas, manifestada nas obras dos grandes autores do período, como se verá a seguir.

Autores- Carlos Drummond de Andrade
Os poetas mais significativos da segunda fase do Modernismo foram Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Cecília Meireles, Jorge de Lima (1893 - 1953) e Vinicius de Moraes (1913 - 1980). Carlos Drummond de Andrade é considerado o maior poeta brasileiro do século XX. Foi também admirável cronista; sua prosa é distinta pela força da linguagem poética, que dá forma aos registros do cotidiano e da memória. Poeta "nascido intelectualmente dentro do Modernismo, sem laivo de passado e nem perigo de volta a ele", como observou Antonio Candido, Drummond produziu extensa obra, em que a poesia de enfoque social e a poesia relativa ao indivíduo se mesclaram e se fundiram. Para José Guilherme Merquior (1941 - 1991), Drummond é uma das grandes "fundações" do Modernismo; segundo o crítico, "este poeta renovou a linguagem e o endereço de nossa lírica. Depois dele, uma e outra se abriram a modos mais objetivos de direção social, que já não cabem no subjetivismo anterior. O humanista dos primeiros livros deu ao lirismo uma agudeza reflexiva e irônica que o virou pelo avesso; o autor de A Rosa do Povo passou a emocionar-se com os sentimentos coletivos, e finalmente o terceiro Drummond, de Claro Enigma considerado, fundou entre nós a grande meditação poética sobre as razões da existência, a pensativa poesia sobre a ?condition humaine? e as recentes significações do Neo-Humanismo contemporâneo."


Beijo da Tarci e estudem!! :) O ano está quase acabando...


sexta-feira, 17 de agosto de 2012

17/08- Aquele sobre Cultura e Liberdade de Expressão

Olá, queridos do CE 02 (e leitores), foi com muita animação e carinho que voltamos às aulas na última sexta-feira. Nós ficamos muito felizes em ter todos vocês lá! Assim, aqui vai nosso breve resumo da aula:

1) Nós ouvimos diferentes estilos musicais e eu perguntei qual deles vocês gostavam mais. Todos me responderam e nós chegamos à conclusão de que podemos gostar de mais de um estilo musical e de que não precisamos/ devemos ser julgados por isso;

2) Falamos de que existem diferenças entre nós (dentro da nossa cultura) e entre vários povos (culturas diferentes), e que a nossa responsabilidade como cidadãos é saber respeitar o direito de sermos diferentes. Há vários exemplos SINCRÔNICOS e DIACRÔNICOS. Eu mostrei os seguintes:

As Mulheres Karen, refugiadas na Tailândia

Os pés pequenos na China
As mulheres mais "gordinhas" na Idade Média

3) Falamos de como não podemos julgar as pessoas, especialmente sem conhecê-las. Rótulos são muito difíceis de serem quebrados, mas seria melhor se nem existissem. Especialmente, rótulos que fazem referência às diferenças culturais. Não há cultura melhor ou pior que a outra. O que há são diferenças. #reflita!

4) A nossa amiga Kátia chegou logo falando do movimento que tem acontecido sobre a desculpa de ser "Liberdade de Expressão", que é exatamente julgar e rotular essas diferenças culturais. Ela falou da "modinha" de querer educar os outros por meio de ideias colonizadoras que apresentam preconceitos e julgamento contra pessoas de cultura diferente das suas.  Essa "modinha"chegou também às redes sociais e muitas pessoas  postam sobre certo hábito de alguém e sentem-se ofendidas e/ou agredidas quando alguém, COM MAIS JUIZO, não concorda com o que foi dito sobre a cultura ou hábito alheio  e defendem a pessoa/hábito que está sendo julgada(o). Isso vem gerando conflitos virtuais e muita confusão. Assim, não podemos confundir liberdade de expressão com preconceito. e ofensas. Nós trabalhamos o conceito de Liberdade de Expressão e formamos o seguinte acróstico:


Ainda falamos de Ideologias e como algumas pessoas seguem a vida por meio delas, para falar de ideologia, nós escutamos a música do Cazuza. Acredito que a maior conclusão da última aula foi a de que deve haver respeito entre pessoas da mesma cultura, assim como de culturas diferentes, pois todos temos uma identidade e participação única em nossas sociedade.