sexta-feira, 19 de outubro de 2012

19/10- Um Grande Sertão de Poesias

Olá, amigos-fofos! Eu sempre começo meu texto lembrando que isso aqui é um breve resumo da aula do dia 19/10, e que no dia, nós começamos apresentando João Guimarães Rosa (nós é muita gente. A Kátia.) e a Natália apresentou o novo acordo ortográfico em trechos escritos por esse autor. E eu? Ah, eu falei das poesias contemporâneas! Vamos lá...

Ahhhhh Guimarães Rosa... Um lindo! Em uma palavra? Um neologista! 

Nasceu em 27/06/1908, em Minas Gerais, e morreu em 19/11/1967.

Um dos maiores nomes da Literatura Brasileira do século XX. Guimarães Rosa significa para a Literatura do século XX, o que Machado de Assis significou no século XIX. Estudou em escola bilíngue alemã e aprendia línguas com muita facilidade. 

Guimarães Rosa conseguiu renovar e reinventar a linguagem regionalista (tema explorado por vários autores da nossa Literatura).

Formou-se em medicina e em 1934 tornou-se diplomata chegando a ser embaixador.
Era um estudioso das línguas e da natureza e sua passagem por vários países só fez aumentar seu interesse.


OBRAS

- Magma (poesias – 1036): não chegou a publicar. 
- Sagarana (1946 – contos e novelas regionalistas): livro de estréia
Obs: se procurarmos no dicionário a palavra Sagarana, não a encontraremos. Ela foi inventada pelo autor. Isso é o chamado Neologismo. 
- SAGA (radical germânico): usado para designar narrativas em prosa.
- RANA (sufixo tupi-guarani): significa “à semelhança de”
- Corpo de Baile (1956 – novelas): essa obra é atualmente publicada em 3 partes:–Manuelzão e Minguilim–No Urubuquaquá, no Pinhém
–Noites do Sertão
- Grande Sertão:Veredas (1956)
- Tutaméia – Terceiras estórias: causou furor no meio literário e dividiu a critica, porém, fez grande sucesso com o público. Foi o último livro que Guimarães Rosa publicou em vida.
- Com o vaqueiro Mariano (1947)
- Estas estórias (1969 – contos)*
- Ave, palavra (1970 – diversos)*

*obras póstumas

Características de sua obra:

Além das criações de palavras (neologismos) podemos apontar outras características. 
- Temas envolvendo destino, vida, morte, Deus.
- O uso de aliterações e onomatopeias.
- A língua falada no sertão está presente em sua obra (fruto de anotações e pesquisas lingüísticas).

Guimarães Rosa utiliza termos que não são mais usados, cria neologismos, faz empréstimos de palavras estrangeiras e explora estruturas sintáticas para recriar e reinventar a língua portuguesa.
Além disso, Guimarães Rosa faz uso do ritmo, aliterações, metáforas e imagens para criar uma prosa mais poética ficando no limite entre a poesia e a prosa.

A obra de Guimarães Rosa alcança uma dimensão universal, ou seja, ficamos tão envolvidos com suas histórias que, aos poucos, nos tornamos sertanejos e jagunços e passamos a pertencer àquele mundo recheado de indagações sobre a existência de Deus e do diabo, o bem e o mal, a violência, etc.

Grande Sertão:Veredas é considerada a obra-prima do escritor e um dos melhores romances da nossa literatura. Trata-se de um monólogo do início ao fim do livro.
Riobaldo (ex-jagunço e chefe de bando, mas agora vive como fazendeiro) conta para um interlocutor suas aventuras.
Os questionamentos de Riobaldo sobre os mistérios da vida são um reflexo do que todos nós sentimos em relação a vida e a existência.

O romance que sugere várias interpretações, até hoje desafia a critica, o público e os estudiosos da literatura brasileira.
Foi traduzido para vários idiomas e ganhou 3 prêmios nacionais:
- Machado de Assis (do Instituto Nacional do Livro)- Carmem Dolores Barbosa (SP)
- Paula Brito (RJ)
Guimarães Rosa morreu em 19/11/1967, 3 dias depois de assumir a cadeira na Academia Brasileira de Letras.
Essa posse, foi adiada por ele várias vezes, porque ele tinha medo da emoção que o momento poderia trazer.
No mesmo ano (67) seria indicado ao Premio Nobel de Literatura, porém sua morte impediu que isso acontecesse.

Guimarães Rosa começou a escrever aos 38 anos e sua obra e seu nome conquistaram o respeito e a admiração do mundo inteiro.


Fonte: Site do InfoEscola com adaptações

Quando a Kátia Carolina terminou sua excelente interpretação sobre Guimarães Rosa, a Natália Gouveia falou do novo acordo ortográfico mostrando exemplos em textos dele, como disse antes. 
Hífen

Usa-se: (tentem apreender as regras pelosexemplos, ok?)

1. Circum-navegação; pan-americano.

2. Hiper-realista; super-resistente;inter-regional.

3. Micro-ondas; anti-inflamatório; infra-auxiliar.OBS: Infraestrutura.
4. Guarda-chuva; arco-íris; boa-fé; João-Ninguém;porta-malas.OBS: Girassol; madressilva; mandachuva; pontapé;
paraquedas.

5. Grão-Pará.

6. Passa-quatro.

7. Baía de Todos-os-Santos.

8. Co-autorOBS: Cooperação.

9. Cosseno; extraregular; microssistemas; antissemita;contrarregra.

10. Reco-reco, blá-blá-blá; zum-zum.

11. Queda-d`água; gota-d`água.

12. Belo-horizontino; porto-alegrense;Guiné-Bissau; norte-americano.

13. Bem-te-vi; peixe-espada; mico-leão-dourado.

14. Anti-higiênico; sobre-humano.

15. Sub-base; sub-reitor.OBS: Subumano.

16. Ex-aluno; sem-terra; além-mar; aquém-mar;recém-casado; pós-graduação; pré-vestibular; pró-europeu; vice-rei.

17. Mal-assombrado; mal-humorado; mal-limpo.

18. Bem-aventurado; bem-vivido; bem-nascido.OBS: Benfeito; benquisto.


Música produzida pelo meu grupo de seminário para a disciplina de Leitura e Produção de Texto no 1/2010 da Universidade de Brasília: 


Universidade de Brasília

Instituto de Letras
Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas
Disciplina: Leitura e Produção de Texto
Professora: Michelle Machado
Alunos: Rodrigo Maia, Rodrigo Correia, Mateus Barbosa, Rômulo Ferreira, Samuhel Azevedo, Felipe Fernandes, Natália Gouveia e Daniel Souto.

Música: Hifenização

Um famoso gramático,
Sobre hifenização,

Disse ser bem problemático
Uma infernização
Este modesto grupinho
Vai lhes demonstrar que não.



Agora vamos sempre usar
O hífen antes do H

Mas só para te lembrar
E para não haver engano
A exceção a essa regra
É a palavra subumano.


Beija-flor, bem-te-vi,
Tico-tico, quero-quero,
Trinca-ferro e João-de-Barro

Todos bem hifenizados
Cantando alegremente
Nas subidas do cerrado.



Agora entre duas margens
Que nunca se conheceram

O hífen em qualquer texto
Pra evitar aglutinação
Na linha seguinte se repete
Ou vai ter reprovação.



Infraestrutura agora é junto
Micro-ondas separado

Arrume esta gravata
Não seja tão desleixado
Autorretrato é junto
Com o R duplicado.



A minha ex-namorada
Filha do ex-presidente

Me trocou pelo ex-prefeito
Mas eu esperto e valente
Sei que aí ou uso o hífen
Ou choro mostrando os dentes.


Serei teu superamigo
Olhe não me entenda mal

O superinteressante
Em uma viagem interestadual
É que ou você retira o hífen
Ou te chamamos de animal.



Espero que todos tenham
Aprendido essa lição

Na maior simplicidade
Foi feita de coração
Isso é que é mourão voltado
Issso é que é voltar morão.
Você viu o resultado
Espero não ser reprovado
Por ter feito essa canção.



E para fechar esse dia, eu falei de poesia contemporânea. 
Os tipos de poesia contemporânea, de 1960 para cá, apresentam novas formas de composição como recurso poético. Alguns acontecimentos políticos e alguns movimentos sociais ajudaram no processo. 

—Entre 1964 até 1985- o Brasil sofreu com a ditadura militar e sua falta de liberdade de expressão. 

—Foi nesse período que surgiram a Bossa-Nova, o Tropicalismo e o “iê-iê-iê”.  
—A loucura do tricampeonato e do movimento “Para Frente Brasil”. 
—Em 1992- O movimento dos Cara Pintadas tira Collor do poder. Ele foi o primeiro presidente eleito por voto direto. 
A poesia dessa época também é chamada de poesia concretista: 
Assim, o concretismo: é uma manifestação que apostará no predomínio da comunicação visual sobre a verbal. Privilegia o desenho do poema. Assim, acaba com os versos, aproveita todo o espaço, explora o significado da palavra, rejeita o lirismo, rejeita o tema e incentiva as várias leituras. São nomes desse período: Ferreira Gullar, Pedro Xisto, Wlademir Dias Pinto. Eles fundaram uma revista em 1952, Noigandres, que significava “antídoto do tédio”.


Tirei uma fotinho do livro! 
A poesia- práxis e o poema processo

—A poesia-práxis é aquela que liga a palavra ao seu contexto social, valorizando a carga conotativa também.
—O poema-processo: ele renega a palavra quase que por completo, utilizando signos visuais, buscando a poesia que havia neles. É uma mensagem mais para ser vista do que para ser lida.
—A poesia social dessa época: é a expressão política e social.
Dois e Dois: quatro (Ferreira Gullar)
Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale a pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena

A Poesia Marginal
—Era uma produção pequena. Feita em mimeógrafos e vendida de mão em mão.
—É escrita de forma coloquial e despreza o “bom gosto” e a classe dominante. É muito irônica sob forte pressão política.
—Foi a poesia margina com mais aceitação pela sociedade.
PEGA LEDRÃO (Kátia Bento)
Alguém tirou
Um pedaço
Do meu
P~O.

Um exemplo de poesia


E para fechar esse dia, mando beijo! Rsrss.. E convido: semana que vem: todo mundo na UnB, hein? Tem SEMEX! 

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