sexta-feira, 18 de maio de 2012

18/05- Uma aula "coesa" sobre Jorge Amado

AVISO: Se você ler tudo que está aqui e não nos deixar um RECADINHO no final do post, você terá dor de barriga e ficará com a mão amarela... HAHAHAHAHA.. brincadeira, amigos! Retiro o que disse, pelo menos a parte da dor de barriga e da mão amarela. Continuo pedindo, POR FAVOR, para que vocês deixem seus comentários no final do que escrevemos. "Aaah Tarci, não sei onde é!". Pois eu vou te ensinar. No final desse post, você verá o símbolo do Gmail, do Facebook, do Twitter e embaixo disso tudo há um espaço para você deixar o seu recado! Tá escrito "deixe um comentário"!! É só clicar lá. Hoje eu só quero que você escreva lá: achei o espaço e sei comentar! Pode ser? Pooooxa, quando a gente está na sala e eu quero que vocês anotem alguma coisa, vocês me falam: "põe no blog, Tarci. Põe no blog.", mas eu não tenho como saber quem passou por aqui! Só quantas pessoas... E foram muitas. Desde o começo do ano, recebemos mais de 2 mil visitantes aqui na página! :) Muito legal, né? Bom, se não quiserem dizer nada, digam:"passei por aqui essa semana, Tarci". E nós, do CULT, ficaremos muito muito felizes... =D

Vamos ao conteúdo da última aula, sim?! A Camila começou a nossa aula falando de coerência e coesão dos textos. Aqui está um brevíssimo resumo:

Coerência e coesão textuais são dois conceitos importantes para uma melhor compreensão do texto e para a melhor escrita de trabalhos de redação de qualquer área.

A coesão trata basicamente das articulações gramaticais existentes entre as palavras, as orações e frases para garantir uma boa sequenciação de eventos. A coerência, por sua vez, aborda a relação lógica entre ideias, situações ou acontecimentos, apoiando-se, por vezes, em mecanismos formais, de natureza gramatical ou lexical, e no conhecimento compartilhado entre os usuários da língua.

Pode-se dizer que o conceito de coerência está ligado ao conteúdo, ou seja, está no sentido constituído pelo leitor. Assim, sendo mais específicas:

-Coesão - É a conexão, ligação, harmonía entre os elementos de um texto. Percebemos tal definição quando lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao outro.

-Coerência - É a relação lógica entre as ideias, pois essas devem se complementar; é o resultado da não contradição entre as partes do texto, fazendo referência a termos e expressões anteriormente empregados. Resumindo, a coerência é o sentido do texto e a coesão é o sentido da frase. -Esses dois são muito importantes para a escrita de qualquer tipo pois sem eles o texto fica sem coerência. 


Daí, a Camila usou um gerador de textos de um site muito legal ( o Mundo Perfeito) para provar um ponto: nós precisamos pensar a estrutura do texto antes de escrevê-lo, e pensar em como iremos conectar palavras e sentenças, para que o leitor entenda o que queremos dizer. Para fazer sentido. Para ter coesão (ligação entre as palavras e sentenças) e coerência (as ideias do texto fazerem sentido). Assim, o site nos provou que não basta apenas jogarmos palavras no papel, certo?! Fica bem engraçado, mas não chegamos ao nosso objetivo: entregar uma mensagem clara ao leitor. A Camila ainda fez o teste entre os alunos. Ela pediu para que cada um escolhesse um tema e escrevesse palavras soltas em um papel (brainstorm). Depois, as pessoas trocaram os papéis entre si e tentaram escrever o texto do colega, com o tema e as palavras que estavam lá. Sabem quem gostava de fazer revisão em seus textos para ter certeza de que não havia deixado "escapar" nada? Quem gostava muito de conferir a coesão nos seus manuscritos? Nosso querido Jorge Amado. A Camila achou uma matéria dizendo que o Jorge Amado fazia isso frequentemente e inúmeras vezes, até que pudesse "pegar o ritmo da história". [Leia na íntegra aqui]. 



Obrigada, Camila! Foi muito legal!


Aproveitando o embalo e os rumos da aula da Camila, foi a minha vez (da Tarci) de falar. E eu falei da vida e obra dele, do grande e querido Jorge Amado! Eu nunca havia ficado tão fascinada com as dimensões da obra de um autor brasileiro. Ela foi traduzido para mais de 30 idiomas...        É pouco ou quer mais? Quer mais? Ele trocou mais de 100 mil páginas de cartas com grandes nomes da literatura e da política, como Monteiro Lobato e Pablo Neruda. Toda a vida e obra do nosso Amado Jorge, está sendo celebrada esse ano, pois é o ano do centenário de seu nascimento. Vamos ao resumo:



10-08-1912  ---------- 06-08-2001

Jorge Amado nasceu na fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna. Filho do "coronel" João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado, foi para Ilhéus com apenas um ano e lá passou a infância e descobriu as letras. A adolescência ele viveria em Salvador, no contato com aquela vida popular que marcaria sua obra.

Aos 14 anos, começou a participar da vida literária de Salvador, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que (juntamente com os do Arco & Flecha e do Samba) desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Entre 1927 e 1929, foi repórter no "Diário da Bahia", época em que também escreveu na revista literária "A Luva".

Estreou na literatura em 1930, com a publicação (por uma editora carioca) da novela "Lenita", escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Seus primeiros romances foram "O País do Carnaval" (1931), "Cacau" (1933) e "Suor" (1934).
Jorge Amado bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito no Rio de Janeiro (1935), mas nunca exerceria a profissão de advogado. Em 1939, foi redator-chefe da revista "Dom Casmurro". De 1935 a 1944, escreveu os romances "Jubiabá", "Mar Morto", "Capitães de Areia", "Terras do Sem-Fim" e "São Jorge dos Ilhéus".

Em parte devido ao exílio no regime getulista, Jorge Amado viajou pelo mundo e viveu na Argentina e no Uruguai (1941-2) e, depois, em Paris (1948-50) e em Praga (1951-2). Voltando para o Brasil durante o segundo conflito mundial, redigiu a seção "Hora da Guerra" no jornal "O Imparcial" (1943-4). Mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário Hoje (1945). Anos depois, no Rio, participaria da direção do semanário "Para Todos" (1956-8). Em 1945, foi eleito deputado federal por São Paulo, tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 (pelo Partido Comunista Brasileiro) e da primeira Câmara Federal posterior ao Estado Novo. Nessa condição, foi responsável por várias leis que beneficiaram a cultura.  Em abril de 1961, foi eleito para a cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras (sucedendo a Otávio Mangabeira). Suas obras foram traduzidas para 48 idiomas. Muitas se viram adaptados para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão e até as histórias em quadrinhos, não só no Brasil, mas também em Portugal, França, Argentina, Alemanha e Polônia. Jorge Amado morreu perto de completar 89 anos, em Salvador. A seu pedido, foi cremado, e as cinzas, colocadas ao pé de uma árvore (uma mangueira) em sua casa. 



**CARTAS**-- São mais de cem mil páginas em processo de catalogação, as cartas trocadas com gente do mundo inteiro, guardadas num acervo isolado da Fundação Casa de Jorge Amado, em Salvador. A doação foi entregue com uma ressalva, por escrito: "Jorge escreveu que somente cinquenta anos após sua morte esse material devia ser aberto ao público", segundo a poeta Myriam Fraga, que dirige a casa desde sua criação, há vinte anos. 

Mário de Andrade, logo após ler Mar morto, em 1936, elogia o que chama de "realidade honesta" e a "linda tradição de meter lirismo de poesia na prosa": "Acaba de se doutorar em romance o jovem Jorge Amado, grande promessa do mundo intelectual". 

Monteiro Lobato, também sob forte impressão após ler Mar morto, 1936: "Lí-o com a mesma emoção trágica que seus livros sempre me despertam", e conta que, ao visitar o cais do porto de Salvador, havia "previsto" que a obra seria escrita: "Qualquer dia o Jorge Amado presta atenção e pinta os dramas que devem existir aqui. Adivinhei." 

Pablo Neruda (em carta breve, com data de 16 de outubro e ano incerto, escrita a mão): "Será que no Brasil eu poderia fazer um ou dois recitais pagos?" (…) "Haverá algum empresário interessado em organizar com seriedade essa turnê?" (…).

ENREDOS:
Capitães da Areia:
Capa Recente de Capitães da Areia
  





         Tendo como cenário as ruas e as areias das praias de Salvador, Capitães da Areia trata da vida de crianças sem família que viviam em um velho armazém abandonado no cais do porto. Os motivos que as uniram eram os mais variados: ficaram órfãs, foram abandonadas, ou fugiram dos abusos e maus tratos recebidos em casa. (...) Durante o dia, maltrapilhos, sujos e esfomeados, mostravam-se para a sociedade, perambulando pelas ruas, fumando pontas de cigarro, mendigando comida ou praticando pequenos furtos para poder comer. Esse contato precoce com a dura realidade da vida adulta fazia com que se tornassem agressivos e desbocados. (…) Quando roubavam um palacete de um ricaço na ladeira de São Bento, foram presos. Parte do grupo conseguiu fugir da delegacia, graças à intervenção de Bala que acabou sendo levado para o Reformatório. Ali sofreu muito, mas conseguiu fugir. Em liberdade, preparou-se para libertar Dora. Um mês no Reformatório feminino foi o suficiente para acabar com a alegria e saúde da menina que, ardendo em febre, se encontrava na enfermaria. Após renderem a irmã, Pedro, Professor e Volta-Seca fugiram, levando Dora consigo. Infelizmente, não resistindo, ela morreu na manhã seguinte. Don'aninha embrulhou-a em uma toalha de renda branca e Querido-de-Deus levou-a em seu saveiro, jogando-a em alto mar. Pedro Bala, inconsolável e muito triste, chorou com todos a ausência de Dora. Alguns anos se passaram e o destino de cada um do grupo foi tomando rumo.

Gabriela Cravo e Canela: 

Capa antiga de GCeC.
    




         Modernismo de segunda fase. Gabriela Cravo e Canela é dividido em duas partes, que são em si divididas em outras duas. A história começa em 1925, na cidade de Ilhéus. A primeira parte é Um Brasileiro das Arábias e sua primeira divisão é O langor de Ofenísia. Vai centrando-se a história nesta parte em dois personagens: Mundinho Falcão e Nacib. Mundinho é um jovem carioca que emigrou para Ilhéus e lá enriqueceu como exportador e planeja acelerar o desenvolvimento da cidade, melhorar os portos e derrubar Bastos, o inepto governante. Nacib é um sírio ("turco é a mãe!") dono do bar Vesúvio, que se vê em meio a uma grande tragédia pessoal: a cozinheira de seu partiu para ir morar com o filho e ele precisa entregar um jantar para 30 pessoas em comemoração a inauguração de uma linha automotiva regular para a cidade de Itabuna.Ele encomenda com um par de gêmeas careiras, mas passa toda a parte procurando por uma nova cozinheira. No final desta pequena parte aparece Gabriela, uma retirante que planeja estabelecer-se em Ilhéus como cozinheira ou doméstica, apesar dos pedidos do amante que planeja ganhar dinheiro plantando cacau.

Dona Flor e seus Dois Maridos: 
Capa bem antiga de Dona Flor
    
         A primeira parte começa com a morte de Vadinho em pleno Domingo de Carnaval. Vestido de baiana, Vadinho cai enquanto dançava e seu funeral é muito concorrido. Nele voltam as lembranças de todos sobre o falecido: os amigos de farra, as possíveis (prováveis) amantes, os conhecidos e principalmente da esposa, Flor. Flor lembra do marido infiel, cheio de lábia, espertalhão, jogador e malicioso que era Vadinho, mas ainda assim extremamente adorável. Na definição de um dos presentes no funeral, Vadinho "Era um porreta". (...) Dona Rozilda é o mais perfeito modelo de sogra: odeia o genro, é chata, controladora, exibida e pretende sempre escalar na vida social. (…) A mãe de Flor queria que as filhas se casassem com homens ricos, e Vadinho apareceu. Mas então o farmacêutico Teodoro Madureira, respeitado solteirão (ele ficara solteiro para cuidar da mãe paralítica, que morreu pouco antes), ele propõe casamento a Dona Flor. (…) No dia do casamento, ela começa a ver o Vadinho nu (chamando-a). Ela tenta fugir e encomenda um trabalho para mandá-lo de volta da onde veio. Mas depois da briga entre Exu e o amor de Dona Flor, Vadinho fica e acabam os três “casados”e felizes!





Eu ainda trouxe para a sala de aula os aparecimentos recentes com o nome de Jorge Amado na mídia. Por exemplo, esse mês, em São Paulo, acontecerá uma exposição em homenagem ao centenário do autor, no Museu da Língua Portuguesa. [entre aqui para mais informações!]. Também disse que um professor, não muito amigável, havia criticado a obra de Jorge Amado em sua aula de Literatura na UESC, de uma maneira "pouco acadêmica", e intitulada, pelo escritor da matéria, de "preconceito literário". [veja matéria aqui!] E, por fim, Gabriela Cravo e Canela será exibida mais uma vez pela Rede Globo. Dessa vez, com Carol Castro, no papel de Gabriela, e Ivete Sangalo no papel de Maria Machadão.





Ivete Sangalo como Machadão! 




Bom, foi isso, meus amigos!! Lembrando o MATERIAL para a próxima aula:
1- papel cartão azul e branco (uns 5 de cada);
2- tesoura
3-cola
4- Não é material, mas são os R$ 10 LEGAIS para pagar a professora Claudia as camisetas que vocês tannnnnto queriam! Uhú! <o/


5- 3 "E" e 3 "F" (e alunos folgadões...rs...), se nós falamos para vocês olharem aqui no blog como se "faz" cada "tipo" de redação é porque existe um motivo. Gostaria de dizer que quem não leu os post sobre "como escrever uma carta", por exemplo, se enrolou todinho aqui na hora de escrever uma e ficou com uma nota QUE PODIA SER MELHOR! Vamos nos esforçar mais, sim?!

E convidem os amigos! Será uma aula com a Nati, a Camila e a Kátia. 
Beijos CULT para você e ótimo final de semana,



Um comentário:

  1. Gente! Estou passando por aqui pra dizer que amadorei muito a aula do dia 18/05. Sensacional!Gostei muito da aula de coesão e coerência com a Camila, e gostei muito também da Tarci ter falado sobre nosso amado Jorge.


    Carinhosamente

    Kiko Sena

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