sábado, 24 de março de 2012

23/03- Uma Aula de Orações e Mortes

As Orações Subord. Substantivas 

Mais uma semana e mais uma aula linda! Essa sexta-feira (23/03) a "liderança da sala" ficou sob a responsabilidade da Dâmares e da Camila. Para aqueles que continuaram em casa, assistindo Malhação e tirando um ronco no sofá, a nossa última aula rendeu um debate muito produtivo. Vamos lá para os acontecimentos, então:

A Dâmares começou a aula passando esse vídeo aqui, óh: O Sertão Vai Virar Mar, do André-sem-sobrenome. [Mas damos todos os créditos a ele e ao canal dele no Youtube.] O vídeo trata do problema das represas no nordeste brasileiro e o nosso debate ficou em torno da responsabilidade social e ecológica de cada cidadão. O vídeo caiu bem no contexto da aula passada, quando vimos Os Sertões, do Euclides da Cunha, pois mostrou imagens e apresentou ideias relacionadas ao conteúdo que estudamos. 

Ok, caro aluno-leitor, a aula estava com um tom razoavelmente revolucionário, quando a Sra. Bacon começou a explicar as Orações Subordinadas Substantivas. (Ui, ficou com dores de cabeça só de pensar, certo?) A dona Bacon explicou de maneira beeeem leve e os slides da aula dela estão na nossa página do Facebook (ou estarão em breve). Aqui está um BREVE resumo. (E como PiBiD é lindo, mas não faz milagres, ESTUDE!). O material é sobre as Or. Sub. Substantivas e é de autoria da Ana Paula Araújo. Olhem o resumo aqui, óh:


Um período pode ser composto por coordenação ou por subordinação. Quando é composto por coordenação, as orações possuem uma independência estrutural, podendo vir separadamente sem prejuízo. Já no período composto por subordinação, as orações são dependentes entre si por meio de suas estruturas. Há três tipos de orações subordinadas: As substantivas, as adjetivas e asadverbiais. Trataremos aqui especificamente sobre o primeiro tipo:


Orações Subordinadas Substantivas
São orações que exercem a mesma função que um substantivo, na estrutura sintática da frase.
Exemplo 1:
A menina quis um sorvete. (período simples)
A menina = sujeito;
Quis = verbo transitivo direto;
Um sorvete = objeto direto;

Dependendo de onde elas apareçam e da função que elas exerçam, poderemos classificar como Subjetiva (função de sujeito) ou como Objetiva direta (função de objeto direto). Temos duas posições na frase anterior em que podemos usar um substantivo: o sujeito (menina) e o objeto direto (sorvete). Nessas mesmas posições podem aparecer, em um período composto, orações subordinadas substantivas. 

Sendo assim, notamos que:
A menina quis que eu comprasse sorvete. (período composto)
A menina = sujeito;
Quis = verbo transitivo direto;
Que eu comprasse sorvete = Oração subordinada substantiva Objetiva direta

E ainda em:
Quem me acompanhava quis um sorvete. (período composto)
Quem me acompanhava = oração subordinada subjetiva;
Quis = verbo transitivo direto;
Um sorvete = Objeto direto;

Além das posições de sujeito e objeto direto, as orações subordinadas substantivas podem exercer a função de um predicativo, de um objeto indireto, de um aposto e de um complemento nominal.
Portanto podemos ter oração subordinada substantiva de 6 tipos:

1. Subjetiva: ocupa a função de sujeito.
Exemplos:
- É preciso que o grupo melhore.
Verbo de Ligação + predicat. + O. S. S. Subjetiva
- É necessário que você compareça à reunião.
VL + predicat. O. S. S. Subjetiva
- Consta que esses homens foram presos anteriormente.
VI + O. S. S. Subjetiva
- Foi confirmado que o exame deu positivo.
Voz passiva O. S. S. Subjetiva

2. Predicativa: ocupa a função do predicativo do sujeito.
Exemplos:
- A dúvida é se você virá.
Suj. + VL + O. S. S. Predicativa
- A verdade é que você não virá.
Suj. + VL + O. S. S. Predicativa

3. Objetiva Direta: ocupa a função do objeto direto. Completa o sentido de um Verbo Transitivo Direto.
Exemplos:
- Nós queremos que você fique.
Suj. + VTD + O. S. S. Obj. Direta
- Os alunos pediram que a prova fosse adiada.
Sujeito + VTD + O. S. S. Objetiva Direta

4. Objetiva Indireta: ocupa a função do objeto indireto.
Exemplos:
- As crianças gostam (de) que esteja tudo tranqüilo.
Sujeito + VTI + O. S. S. Objetiva Indireta
- A mulher precisa de que alguém a ajude.
Sujeito + VTI + O. S. S. Obj. Indireta

5. Completiva Nominal: ocupa a função de um complemento nominal.
Exemplos:
- Tenho vontade de que aconteça algo inesperado.
Suj. + VTD + Obj. Dir. + O. S. S. Completiva Nominal
- Toda criança tem necessidade de que alguém a ame.
Sujeito + VTD + Obj. Dir. + O. S. S. Comp. Nom.

6. Apositiva: ocupa a função de um aposto.
Exemplos:
- Toda a família tem o mesmo objetivo: que eu passe no vestibular.
Sujeito + VTD + Objeto Direto + O. S. S. Apositiva


A d. Bacon consegue explicar bem melhor durante a aula, eu sei! Eu sei! Eu sei que ela analisou algumas sentenças em Os Sertões, mas vocês já viram a aula dela. Era hora de verem outros exemplos. Dessa maneira, não custa nada ler o material com calma e buscar outros sites que tragam esse assunto também. Daí, a d. Bacon foi ajudar a Nati a organizar as pastas e os cadernos das turmas, dando a vez à Camila. A nossa amiga preparou uma aula fúnebre sobre Augusto dos AnjosVocês sabiam que ele também foi professor? Olhem só um breve resumo sobre ele (é do site do Uol Educação):

"Vês?! Ninguém assistiu ao formidável/ Enterro de tua última quimera./ Somente a ingratidão - esta pantera -/ Foi tua companheira inseparável!" Morte dos sonhos, solidão e pessimismo são algumas das marcas da poesia de Augusto dos Anjos que - mesmo beirando o mau gosto muitas vezes - é um dos poetas mais originais da literatura brasileira. Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no engenho Pau d'Arco, Paraíba. De uma família de donos de engenhos, assistiu à decadência da antiga estrutura latifundiária, substituída pelas grandes usinas. Seu pai, bacharel, foi quem lhe ensinou as primeiras letras. Quando estava no curso secundário, Augusto começou a mostrar uma saúde delicada e um sistema nervoso abalado. Lecionou geografia na Escola Normal, depois Instituto de Educação, e no Ginásio Nacional, depois Colégio Pedro II, sem conseguir ser efetivado como professor. Em 1911, morreu prematuramente seu primeiro filho.  Quase toda a sua obra poética está no seu único livro "Eu", publicado em 1912. Apesar de praticamente ignorado a princípio, pelo público e pela crítica, a partir de 1919 o livro foi constantemente reeditado como "Eu e outros poemas". Escrito em um momento de transição, pouco antes da virada modernista de 22, sua obra representa o sincretismo entre o parnasianismo e o simbolismo. No livro, Augusto dos Anjos faz da obsessão com o próprio "eu", o centro do seu pensamento. O egoísmo e angústia estão presentes ("Ai! Um urubu pousou na minha sorte"); assim como o ceticismo em relação ao amor ("Não sou capaz de amar mulher alguma, / Nem há mulher talvez capaz de amar-me"). O poeta aspira à morte e à anulação de sua pessoa, reduzindo a vida a combinações de elementos químicos, físicos e biológicos ("Eu, filho do carbono e do amoníaco,"). Tal materialismo o tornava amargo e pessimista ("Tome, doutor, essa tesoura e corte/ Minha singularíssima pessoa"). Contrapõe-se a inapetência para o prazer e um desejo de conhecer outros mundos, onde a força dos instintos não cerceie os vôos da alma ("Quero, arrancado das prisões carnais,/ Viver na luz dos astros imortais").


gods_modern_orozco.jpg
Deuses de Um Novo Mundo
Ok, caro aluno-leitor, eu também compreendo que com a Camila explicando fica bemmmmmmm mais interessante. Olha como os Slides de Augusto dos Anjos ficaram lindos! Bom, da próxima vez, não fique em casa vendo Malhação. Apareça. Você nem imagina que o debate que se seguiu foi exatamente  sobre os elementos fúnebres da obra do Sr. Augusto. Sim, nós falamos da morte. Do medo de não conseguirmos definí-la ou explicá-la. Falamos de como é desconsolador perder alguém e de como seria bom se tivéssemos algumas respostas. Para ilustrar o debate, a Camila apresentou o quadro "Deuses De Um Novo Mundo", do pintor mexicano José Clemente Orozc, e a música "Pponis et Circenses" dos mutantes. Você imagina o quanto nós debatemos, não é?

A Tarci tentando fazer uma foto artística!

Avisos para a próxima aula: 1) Não esquecer o material que a Camila pediu (um caderninho, revistas velhas, folhas, canetinhas, tesouras, cola e criatividade). 2) Escrever a 2a versão da carta, lembra?! 3) Marcar seus amigos nas fotos e convidá-los para seguirem o blog e o Facebook!! :)

Ótima semana de saúde e paz,

Equipe CULT

Um comentário:

  1. Como é gratificante ver gente grande se tornando maior ainda... Parabéns!!! Depois, me peçam algumas aulas minhas sobre esses temas. Compartilho com o maior prazer pps e afins!!!!!

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